sexta-feira, julho 6

«- Tu o que queres é viver, não é? O que é que tu tens a ver com isto? Estás-te nas tintas ao máximo para as consequências universais que os nossos mínimos actos, as nossas mais imprevistas ideias possam ter!... Tanto se te dá!... Ficas hermético, né? Calafetado!... aperreado no fundo da tua substância… Não comunicas com nada… Nadinha, não é? Comer! Beber! Dormir! Lá em cima, nas calminhas… agasalhado no meu sofá!... Aí, estás tu repleto… cumulado de bem-estar… E a terra que vá andando… Como? Porquê? Assustador milagre! Seguindo o seu périplo… extraordinariamente misterioso (…) E tu? Que fazes tu aí, no seio desse volteio cosmologónico? Do grande sobressalto sideral? Hem? Alambazas-te! Enfardas! Ressonas! Estás-te nas tintas!... Pois! Salada! Gruyère! Sapiência! Nabos! Tudo!»

Céline - Morte a Crédito

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