Os Smog e a Lua
Como é certo e sabido, não sou conhecedora de música ao ponto de poder escrever textos, críticas, apontamentos sobre bandas/artistas. Mas como amante que sou de música, tento assistir aos concertos das bandas/artistas que aprecio ou admiro ou amo (consoante o grau de dependência que tenha com a música e o universo por estes criado).
Após este breve e inútil preâmbulo, devo escrever agora aquilo que o concerto dos Smog me provocou:
Sensações. O fechar dos olhos e o deixar-me embalar pela voz do querido Bill. O sorriso na audição das palavras. As letras. A Joanna no piano que espreitava com ternura o homem que nos cantava histórias. Our Anniversary... Rock Bottom Riser... Let me see the Colts... As palavras e o olhar do jogral que, embora doente, regressou duas vezes ao palco. Ele, a sua Joanna e o estranho moço das percussões a que alguns chamaram Thor ou Viking. O concerto que pareceu curto mas que encheu a alma. E deixou aquela impressão doce de estar algures longe. Talvez o sítio escolhido para nos acolher tivesse esse pequeno segredo. O de nos transportar, entre bolas de espelho e decoração seventy, para a tal Lua. Ontem, sob o signo desta, na solidão bela da música de Bill, éramos todos um pouco lobos. Uma alcateia que uivava perante uma Lua Cheia. Louvando a sua graça.