terça-feira, maio 30



- jana hunter - christmas
- mirah - don't die in me
- anita lane - the fullness of his coming
- françoise hardy - ma jeunesse fout le camp
- the sound - the 112 minute song
- slowdive - blue skied an' clear
- azure ray - these white lights will bend to make blue
- louise attaque - salomé
- colleen - mining in the rain
- mi and l'au - a word in your belly

aqui

sábado, maio 27



- cinerama - careless
- blanche - never again
- neil diamond - save me a saturday night
- nomeansno- i am wrong
- the walkmen - stop talking
- the national- watching you well
- slint - don, aman
- yo la tengo - let's save tony orlando's house
- pop dell'arte - o amor é... um gajo estranho
- tom waits - old shoes (and picture postcards)

toma.

Fim-de-semana ao Sol



ou então não.

The House of Love - Love in a Car

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domingo, maio 21

Lembro-me de agendar o Armagedão para Agosto. Na altura do sol, da areia nos cabelos, do sal na pele. Nenhum dia em concreto. Nenhum local pré-estabelecido. Apenas um mês. Agosto.
Decidi-o quando estava deitada na erva de um qualquer relvado debaixo de uma árvore com pássaros a chilrear. No bocejo da digestão de um qualquer pastel de Belém, ainda com a boca a saber a canela. Ou então foi num entardecer à janela de um cacilheiro, observando as gaivotas a voar junto das ondas do rio. Ou quando uma pequena onda veio lamber-me os pés adormecidos no cansaço de um dia qualquer.
Não sei bem qual a razão nem se há uma. Agosto. Julgo que nunca gostei do mês de Agosto. Talvez seja por isso. É razão suficiente na ausência de outra talvez mais objectiva.

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sábado, maio 20

dou-te um tango em troca de um fado... qualquer

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Apenas um protótipo (Tu e eu e o hoje) aka começaste tu, continuei eu

Estivesse o sol mais aberto e eu não poderia dizer que este se anda a esconder em mim. Quando a primavera quer relatar as primeiras flores de um ano que termina sempre em frio, deveria, ela mesmo, dizer ao sol para acabar com estas brincadeiras às cegas pelos vales das escondidas. Mas não, acontece que não será hoje que erguemos um copo rumo à felicidade, e não será por este meio que me invocarei a implorar-te por aquele sorriso sem disfarce que só tu conheces fazer. Hoje é um não dia, porque amanhã tu e eu vamos acabar por esquecê-lo. Tu e eu e o hoje, como se não houvesse amanhã... para amanhã tudo não parecer como hoje sentimos e assim nos desculparmos com a palavra velhice.
Estivesse o sol, insistia eu agora... mas tu recusaste-te a ouvir qualquer coisa que pudesses novamente não gostar de ouvir, e sorriste. Assim, sem me prevenires, sorriste simplesmente e fizeste-me esquecer que amanhã é sempre um novo dia. Podíamos então tentar, ocorreu-me pensar, tentar dizer ao sol que ele bem podia ficar apenas e só no seu lugar, nem que seja só hoje, e por hoje apenas ser ele, lá longe e só no seu lugar. E relembrei-te: Hoje é ainda primavera, comemoramos?

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Apenas um protótipo, disseste tu. Depois a imensa generosidade de letrinhas espalhadas até mim. Correm por atalhos, formam escadas, atravessam rios. Aproximam-se para me abraçar e falar do sol. Simples e gentis. Sem máscaras ou intenções escondidas. Com o único objectivo de me ver sorrir. Sorrio-lhes. Olho-as e quase que as consigo agarrar. Apertar-lhe os dedos que não têm.
O sol de que me falas parece ser o mesmo que vi há pouco. Agora já deu lugar à lua. Não a espreitei mas é daquelas poucas coisas que temos como certas. A lua no céu a iluminar a noite quente. Também não sei se está quente lá fora, mas deve estar. Apesar de ter o casaco vestido. Mas não estou lá fora e lá fora deve estar quente. Primavera, ainda é Primavera. Se o dizes, acredito. Não tenho estado muito atenta às estações. Bem, não tenho estado muito atenta a nada. Mas quase que aposto que a lua está lá em cima no céu e até há estrelas a cintilar aqui e acolá. Era assim há uns tempos e assim deve continuar.

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Era assim há uns tempos, e eu acredito em ti. Sob as estrelas, aquelas ali e muitas outras que coexistem acolá, revejo miragens que voaram de estação para estação. E se fechares os olhos vais ver que é tão fácil sentir os pontos negros, a humidade, as bactérias, o espaço, um imenso espaço. São miragens todas elas cheias de silêncio, e o silêncio não se mexe. A Primavera de hoje faz-me esquecer de tanto, e hoje sei que direi que tu existes. Tu e o teu corpo, uma voz, e a complexidade da tua alma. E o teu nome, que hoje guardo, e as tuas palavras despidas, depois de lidas, aqui tão bem dentro de mim. Por todo o lado, tu, sempre tão perto da longevidade dos nossos caminhos que se distanciam em paralelos. Um no norte e o outro no sul, na Primavera de hoje, juntos pelo sol até que a noite nos vem deitar à luz do luar. Deixar o sol dormir e a noite despertar, deixar pelo cosmos pedaços de tudo, tudo para não deixar nada para amanhã. E por favor, deixa-me perguntar-te as horas para eu dizer que não acredito no teu relógio, não passa de um objecto exterior à pele do teu pulso, e a verdade de ti apenas quero sentir. E sei que sinto, dentro de um pulso onde se gera vida... vida essa que me acompanha quando me respondes só por te ter chamado, só por te ter lembrado. Elimina-se a confusão, se por hoje não nos distrairmos só porque nos temos a um e ao outro. E sim, será assim tão simples e até te deixo segredar tudo isto ao sol, mesmo que nada disto seja novidade. Sabermo-nos perto faz um dia. Tu e eu e o hoje, todos eles num quadro numa ode à Primavera. E se amanhã não nos lembrarmos, não faz mal. Será como aqueles quadros abstractos que só os loucos interpretam.

[a 1/3 com o companheiro de letrinhas, ileee :) ]

quinta-feira, maio 18

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Lilac Wine - Jeff Buckley

I lost myself on a cool damp night
I gave myself in that misty light
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see
and be what I want to be
When but I think more than I want to think
Do things I never should do
I drink much more that I ought to drink
Because it brings me back you

Lilac wine is sweet and heady, like my love
Lilac wine, I feel unsteady, like my love
Listen to me... I cannot see clearly
Isn't that she coming to me nearly here?
Lilac wine is sweet and heady where's my love?
Lilac wine, I feel unsteady, where's my love?
Listen to me, why is everything so hazy?
Isn't that she, or am I just going crazy?
Lilac wine, I feel unready for my love,
feel unready for my love.

sábado, maio 13

O regresso de Scott Walker

Drift

Aterrador. Alucinado. Perturbante.

Equiparo-o a um filme do Lynch. Não o entendo na sua totalidade, mas atrai-me na sua estranheza. Por isso, volta-se a ver o filme e tenta-se apanhar as pontas soltas. Até ver a luz.
Ou não.
Para que queremos nós entender tudo?

quarta-feira, maio 3

I don't wanna be romantic, I got too much work to do


One Two Three Four - Linda Draper

Lifeboat

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no banco da frente, uma maçã é trincada sucessivamente. o barulho da casca a rasgar e os dentes a mastigar. nhac nhac nhac. uma mulher olha a vizinha com ar incomodado. talvez as dentadas estejam muito próximas do seu ouvido. ela nada mastiga.
Eu brinco com uma pastilha de morango. nhac nhac nhac. faço balões. alguns mordo e rebentam no encontro com os caninos. outros crescem e explodem no limite. a mulher ao lado da maçã dilacerada não repara. está concentrada na luta da vizinha em chegar ao caroço. nhac nhac nhac. faz cara de má. acha decerto abusivo aquele prazer. a mulher que trinca a maçã está alheada de tudo. apenas lhe interessa continuar a rodar a casca avermelhada. nhac nhac nhac.
pergunto-me por que mastigo esta pastilha. não sabe a nada. era de morango, sim. agora é só uma coisa peganhosa que se me cola aos dentes. há quanto tempo não como uma maçã? e a mulher com cara de má? essa nada mastiga.
nhac nhac nhac. engole. nhac nhac nhac. engole.
espero pela minha saída para lançar esta massa disforme no lixo. quando chegar a casa, verei se há maçãs.

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segunda-feira, maio 1

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You showed me that silence can speak louder than words



Silent air - The Sound

Thunder in the air
Before a storm that rips
Anger in my heart
A finger on my lips

You showed me that silence
That haunts this troubled world
You showed me that silence
Can speak louder than words

Words end in disaster
On the rocks, in pieces
I know something lives on there
But I can't say what it is

You showed me that silence
That haunts this troubled world
You showed me that silence
Can speak louder than words

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